domingo, 3 de março de 2013

Um olhar crítico sobre o Museu






Este blog foi apresentado como trabalho do curso de Estágio Supervisionado II, ministrado pela professora Carina Costa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso em questão possui uma parte teórica, ministrada nas dependências da UERJ, além de uma parte prática, realizada em espaços de educação não formais, como museus, centros culturais, e outras instituições correlatas. Os assuntos tratados ao longo do curso privilegiam a temática de museus, no que diz respeito não só à apropriação deste pelo Ensino de História, mas também a questão fundamental das múltiplas funções deste espaço. Dessa forma, o recorte da disciplina privilegiou a construção do conhecimento fora da escola, destacando as instituições museológicas e culturais e, ao mesmo tempo, partindo da compreensão dos processos de formação da consciência histórica.

Passamos grande parte do curso em contato com o Museu da República e pudemos constatar, além de sua importância histórico-cultural, seus inúmeros defeitos institucionais. A começar pelos horários restritos de funcionamento. Nem todo mundo consegue visitar um museu que funciona apenas de 10h às 17h...

Outro problema é a formação dos vigilantes e funcionários em geral, visivelmente mal preparados para lidar com os visitantes e completamente destreinados quanto à informações do acervo e da história do próprio Museu.

Há também muitos problemas técnicos, como por exemplo a falta de legendas na maioria esmagadora dos objetos expostos. Quando as legendas existem, elas estão quase sempre escritas em português, quase nunca em inglês e nunca em espanhol. Isso sem dúvida configura um fator de exclusão, já que o Museu não se faz inteligível para certos visitantes.

Problemas estruturais como falta de ar-condicionado também podem atrapalhar o bom andamento das visitas em um típico forte dia de calor no Rio de Janeiro...

O museu produz discursos ideológicos. Aprendemos isso na disciplina e comprovamos na prática de observação do Museu da República. Ele é a prova viva de que se pode exaltar determinado período histórico e ignorar muitos outros, de acordo com a conveniência. Também é possível distorcer a história a seu favor, contra seus inimigos. Todos os museus produzem discursos. Seja através dos textos explicativos, seja pelos objetos selecionados para a exposição, ou mesmo pelo horário de funcionamento. E é exatamente isto que procuraremos demonstrar com este blog. "Treinar" o olhar, identificar os discursos ocultos, fazer a crítica da história.

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